A surpreendente importância das Placas Tectônicas

Por: Rayson Vitor
Os recentes eventos geológicos que afetaram Haiti, Chile, Islândia e Indonésia costumam causar uma impressão negativa com relação aos abalos sísmicos e ao vulcanismo, mas o que pouco se percebe é que isto indica que nosso planeta é geologicamente ativo, e graças a este fato nós estamos aqui. 
Não fosse o tectonismo, certamente a Terra teria uma aparência semelhante à de Marte, ou vênus, vizinhos que possuem fraca ou nenhuma atividade geológica, comparada à nossa. A movimentação das placas tectônicas mudou a configuração de continentes e oceanos ao longo de milhões de anos, promovendo a mudança de condições ambientais que de certa forma impulsionaram a evolução da vida. Também funciona como um dos mecanismos de regulação do termostato global, contribuindo para a relativa estabilidade do clima ao longo do tempo geológico. Ajuda a reter no interior do planeta uma quantidade de água vezes maior que a presente na superfície, ou do contrário o planeta seria todo coberto de água (ou gelo...). Os vulcões puseram termo ao período "Snowball Earth", uma megaglaciação ocorrida há mais de 700 milhões de anos, e após esse evento ocorreu o grande Big Bang evolucionário conhecido como "Explosão Cambriana". Inclusive existem hipóteses de que a vida tenha surgido junto a fontes termais oceânicas, ou até mesmo na parte inferior da crosta, mas isso ainda carece de estudos aprofundados.O movimento das placas é resultado das correntes convectivas do manto, induzidas pelo decaimento radioativo que ocorre no núcleo terrestre, cujo calor gera também o campo magnético que nos protege  do vento solar e da radiação cósmica. As áreas junto aos vulcões também são notórias por sua fertilidade, e todos estes eventos geológicos, de uma forma ou de outra, também influenciaram o curso da História. Por tudo isso, quando ouvir falar de terremotos, maremotos e erupções vulcânicas, apesar de serem muitas vezes eventos trágicos, que causem danos às pessoas e às propriedades, lembre-se das forças colossais responsáveis pela dinâmica do planeta, e pela manutenção do ambiente propício à vida. Elas tem uma importância surpreendente!

XIX SNEF

Crédito: UFAM

Apesar da chuva intensa que caída durante toda manhã, o evento contou com a participação  de professores, pesquisadores e estudantes para refletir cientificamente sobre a qualidade no ensino de física.
Para o Presidente da Comissão de Ensino da SBF, o contexto do ensino no Brasil  tem sofrido bastante modificações nos últimos anos, principalmente  com o aumento de vagas e acesso de estudantes ao ensino médio. Nós temos hoje, uma carência de profissionais professores formados pra ministrar a disciplina de física. Ao mesmo tempo, percebemos que está havendo o incremento de iniciativas, tanto de instituições de ensino e do governo, no sentindo de melhorar o material escolar para poder propiciar uma boa qualidade de ensino, disse.
O professor diz que a colocação no mercado de trabalho, de professores específicos em Física, é um problema antigo e passa inclusive pela valorização do profissional. Nilson acredita que este profissional tem sua significação no processo ensino aprendizagem, mas, essa importância não tem sido acompanhada de uma valorização tanto nas condições de trabalho quanto na remuneração profissional. “Hoje, nós temos um significativo contingente de profissionais que se preparam para ser professor, mas, no entanto, terminado o curso de graduação, migram para outras profissões que são mais rentáveis”, completa.

XIX SNEF


Hoje (30) iniciou o XIX SNEF e o EBJ fará toda a cobertura do evento durante a semana. Hoje está sendo distribuída as pastas do Simpósio na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), amanhã será a cerimônia de abertura no Auditório Eulálio Chaves na Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
O EBJ fará uma parceria essa semana com o Polical Heal (Blog sobre Política da Rede Whataheal) onde discutiremos sobre Educação, Política e Desenvolvimento Nacional. Será a semana de estréia de novas seções no blog. Sempre que um post estiver o banner do SNEF, você leitor, saberá que é um post dedicado à cobertura do evento, assim será com cada seção, cada uma terá um banner específico, participem do blog comentando e deixando sugestões, nós da equipe do EBJ agradecemos.

Até a Próxima!
Redação EBJ

O Papel da Ciência e da Tecnologia no Desenvolvimento Nacional

 Por Nadir Rodrigues Pereira
Crédito: Embrapa

O Brasil conquistou, nos últimos anos, uma posição de destaque na produção científica e na geração de tecnologia de ponta. 
Sabemos que o desenvolvimento de um país está, sem dúvida, vinculado aos investimentos aplicados em pesquisa e formação de recursos humanos. 
Apesar dos avanços obtidos, é importante a criação de uma cultura científica na sociedade brasileira e a implementação de políticas públicas que priorizem o conhecimento científico como elemento propulsor de competitividade e geração de riqueza. 
O grau de desenvolvimento de um povo pode ser mensurado pelos investimentos efetuados em pesquisa e produção do conhecimento e a soberania de um país se constrói também pela sua independência tecnológica. Somente quando as políticas públicas brasileiras se voltaram para essa questão, o Brasil deixou de ser dependente no campo científico. 
Ainda assim, a comunidade científica brasileira enfrenta grandes desafios devido à falta de recursos para a pesquisa. Nossos laboratórios e pesquisadores ocupam patamares de qualidade e competitividade equivalentes aos de muitos países do primeiro mundo, onde a ciência sempre foi considerada um fator componente do desenvolvimento econômico, político e social. 
Portanto, pesquisadores e jornalistas científicos têm uma obrigação social: tornar público o conhecimento produzido e conscientizar os formadores da opinião pública sobre a importância de se investir em pesquisas. 
A divulgação científica é um processo de inserção social, na medida em que proporciona ao cidadão o acesso ao conhecimento, que lhe permite participar mais ativamente das discussões que permeiam a aplicação dos recursos públicos no desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas. 
Entre os objetivos do jornalismo científico, destaca-se a contribuição no despertar dos tomadores de decisão, para a importância de se investir em pesquisa, como uma ação propulsora ao desenvolvimento do país. 
A divulgação científica também colabora no esclarecimento da população sobre os avanços da ciência e da técnica, fornecendo subsídios para a formação da consciência crítica e, ainda, contribui para a expansão do conhecimento científico além dos muros das universidades e centros de pesquisa, promovendo maior interação entre pesquisadores e a sociedade. 
Os meios de comunicação cumprem uma função social quando disseminam o conhecimento, pois estimulam o exercício da cidadania e contribuem para uma participação mais efetiva do cidadão no processo democrático. 
As assessorias de imprensa das instituições governamentais também exercem um papel fundamental nesse processo, atuando como mediadoras entre a comunidade científica e a sociedade e garantindo a esta o acesso aos resultados e perspectivas das pesquisas desenvolvidas e patrocinadas pelos órgãos públicos. Um desafio da comunicação é, mais do que informar a sociedade, desempenhar um papel de agente democrático na socialização do conhecimento, erradicando o "analfabetismo científico". 
É necessário, ainda, descobrir formas para combater a exclusão social, possibilitando que o conhecimento tecnológico e científico beneficie a população e lhe garanta melhores condições de vida. É preciso que a tecnologia atenda ao interesse social, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do desenvolvimento da espécie humana. 
Cabe, ainda, aos divulgadores de ciência sensibilizar a comunidade acadêmica para uma integração maior com a sociedade - patrocinadora e beneficiária da produção científica e do desenvolvimento tecnológico. 
A sociedade é, de fato, a grande investidora nos projetos de pesquisa e é também diretamente afetada pelos seus resultados e aplicações. 
Neste sentido, deve ser bem informada e esclarecida sobre os trabalhos desenvolvidos nos laboratórios de pesquisa e, principalmente, deve ter consciência das implicações que tais pesquisas podem exercer sobre a vida humana e o meio ambiente, participando das decisões e contribuindo para priorizar os estudos científicos e tecnológicos comprometidos com o interesse público.

XIX SNEF

Por Redação EBJ
Créditos: SBF

No Domingo (30) Começa o XIX Simpósio Nacional de Ensino de Física - SNEF é um evento promovido pela Sociedade Brasileira de Física – SBF, e que acontece a cada dois anos, mudando a cidade-sede a cada Simpósio. O I SNEF ocorreu no Instituto de Física da Universidade de São Paulo em 1970, quatro anos após a criação da Sociedade Brasileira de Física. O XIX SNEF acontece no Campus da Universidade Federal do Amazonas.

Os SNEFs congregam alunos e professores dos diversos níveis de ensino, interessados em debater questões relacionadas ao ensino e aprendizagem de Física, à pesquisa realizada no campo de investigação do Ensino de Física e à formação de profissionais para atuarem nesse campo, quer como docentes ou como pesquisadores.

Em sua condição de Simpósio Nacional, os SNEFs procuram contribuir de forma significativa para o intercâmbio de idéias e das múltiplas experiências vivenciadas pelos seus participantes. Nesse contexto, a comunidade de Ensino de Física e Ensino de Ciências em geral e aqueles interessados e/ou de alguma forma ligados ao tema são convidados a participar do XIX SNEF, seja apresentando relatos de suas atividades de pesquisa, relatos de suas experiências de docência, relatos decorrentes de outros projetos ou na condição de ouvinte.

O EBJ estará marcando presença para deixar todos o leitores por dentro do Simpósio, no encerramento dedicaremos um post explicando porque é importante discutir sobre o Ensino de Física.

Projeção Holográfica com câmera de X-Box

Créditos: Inovação Tecnológica

Será que vale a pena comprar uma TV 3D?

Está cada vez mais difícil responder a esta pergunta, que muitos consumidores têm feito desde que esta tecnologia chegou às prateleiras, há cerca de um ano.É que, a julgar pelo ritmo das pesquisas, logo será possível contar com imagens 3D verdadeiras, na forma de uma TV holográfica.


Vídeo holográfico

Em Novembro de 2010, um grupo da Universidade do Arizona (EUA) apresentou o primeiro video 3D holográfico em uma demonstração daquilo que os pesquisadores chamaram de telepresença holográfica.

No início de 2011, a IBM divulgou suas expectativas de que projeção holográfica será realidade em cinco anos.

Agora, um grupo do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT - EUA) melhorou a projeção daquele primeiro vídeo holográfico por um fator de 30. Na demonstração, a imagem era atualizada uma vez a cada dois segundos; agora são geradas 15 imagens holográficas por segundo.

Ainda é difícil reconhecer a Princesa Léia na projeção, mas as TVs comuns também não começaram seus dias com projeções em alta definição. Além disso, na demonstração agora realizada, as imagens estavam sendo geradas em tempo real - em Guerra nas Estrelas, o filme estava armazenado em um disco no robô R2D2.

Kinect "hackeado"

O sistema do MIT usa apenas um dispositivo de captura de dados - a câmera do Kinect, o recém-lançado sistema de jogo do Xbox da Microsoft.

Os pesquisadores colocaram suas mãos no aparelho apenas no início de Dezembro, gerando de início uma taxa de sete quadros por segundo.

Em poucos dias, eles dobraram essa velocidade, chegando aos 15 quadros por segundo do protótipo apresentado no último domingo, na Conferência de Holografia Prática, realizada pela SPIE (Sociedade de Engenheiros de Instrumentação Foto-óptica).

Eles estão confiantes de que, com um pouco mais de tempo, poderão aumentar a taxa ainda mais, chegando aos 24 quadros por segundo do cinema, ou aos 30 quadros por segundo das TVs - velocidades que criam a ilusão de movimento contínuo.

Na demonstração, as imagens estavam sendo geradas em tempo real - em Guerra nas Estrelas, o filme estava armazenado em um disco no robô R2D2. [Imagem: MIT Media Lab]

Diferenças das imagens 3D holográficas

A diferença entre os hologramas e o tipo de imagem 3D que estão se tornando comuns nas salas de cinema é radical.

Durante uma sessão, digamos, da versão 3-D de Avatar, os telespectadores no corredor da extrema-esquerda do cinema veem a mesma imagem que os telespectadores no corredor da extrema-direita. A imagem tem profundidade, mas foi filmada a partir de uma única perspectiva.

Conforme um observador se move em torno de um holograma, no entanto, sua perspectiva sobre o objeto projetado muda continuamente, exatamente como aconteceria se o objeto fosse real.

Uma câmera 3-D capta a luz refletida por um objeto em dois ângulos diferentes, um para cada olho. Mas, no mundo real, a luz é refletida pelos objetos em um número infinito de ângulos.

Os sistemas de vídeo holográfico usam dispositivos que produzem as chamadas franjas de difração, finos padrões de claro e escuro que curvam a luz que passa através deles de uma forma previsível.

Uma matriz de padrões de franjas densa o suficiente, cada uma curvando a luz em uma direção diferente, pode simular o efeito da luz sendo refletida por um objeto tridimensional.

Holovídeo em tempo real

O desafio com o vídeo holográfico em tempo real é capturar os dados do vídeo.

No caso do Kinect, esses dados são a intensidade luminosa de cada pixel da imagem e, para cada um deles, a medida da distância da câmera. E tudo em tempo real, convertendo os dados em um conjunto de padrões de franja.

"Realmente, o foco do nosso trabalho na holografia digital - e acho que isso nos torna bastante singulares dentro da pequena comunidade que está fazendo holovídeo - é que nós estamos tentando fazer um produto de consumo," afirmou Michael Bove, que está coordenando as pesquisas.

"Então, temos dito: 'Como é que você pode fazer isso o mais barato possível - tirando proveito do hardware, do software, dos padrões e de tudo o mais que já existe?' Porque essa é a maneira mais rápida de colocá-lo no mercado," diz Bove.

No protótipo apresentado durante a conferência, o Kinect passa os dados para um notebook comum, que retransmite a informação através da Internet.

Na extremidade receptora, um PC com três placas gráficas calcula os padrões de difração e passa os dados para o projetor holográfico.

Projetor holográfico

O único componente do sistema de vídeo holográfico apresentado pelos pesquisadores que não poderia ser comprado em uma loja de informática é o próprio projetor holográfico.

O equipamento é resultado de décadas de pesquisas, que começaram com Stephen Benton, no MIT, que construiu a primeira tela de projeção holográfica no final dos anos 1980 - quando Benton morreu, em 2003, o grupo de Bove herdou o projeto de vídeo holográfico.

O projeto atual utiliza um projetor holográfico conhecido como Mark II, um sucessor do projetor original de Benton.

Mas Bove contou que seu grupo está desenvolvendo uma nova tela holográfica que é muito mais compacta, produz imagens maiores, e também deverá ser mais barata de se fabricar.

Ministro de C&T Visita Manaus

Por Vinícius Gomes

O Ministro de Ciência de Tecnologia, Aloízio Mercadante, esteve em Manaus (AM), visitando órgãos de pesquisa, universidades e projetos desenvolvidos na Amazônia nos dias 24 e 25, durante a visita, reafirmou a necessidade de investimento em pesquisa na amazônia.
Conversou com o governador Omar Aziz, sobre projetos em parceria entre o governo Federal e Estadual, entre eles, a construção da Cidade Universitária da UEA (Universidade do Estado do Amazonas) e investimentos em pesca, também
esteve em pauta a criação de um Jardim Botânico em Manaus.
No INPA (Instituto de Pesquisas da Amazônia), Mercadante anunciou a criação de um banco de dados para catalogar e divulgar a Flora Amazônica, inicialmente chama-se WikiFlora, disponibilizou todo o surporte de TI do MCT para o projeto. Criticou a falta de pesquisadores especializados e destacou que a Amazônia merece um olhar diferenciado do Brasil.
Durante a visita, Mercadante propôs a reformulação do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia) com novas linhas de pesquisas e investimento do governo Federal que também disponibilizará verba para a criação de novos Parques Tecnológicos.
Mercadante termina a visita numa coletiva de imprensa, onde divulgou o balanço da primeira visita à Manaus.


Crédito Imagem: Eduardo Gomes